Pular para o conteúdo principal

Li: A arte de correr na chuva

Li o livro ano passado e há pouco, quando pensava no nome do protagonista, que percebi que não o comentei!

A arte de correr na chuva foi presente de Natal da D. Idete, mãe da Vanessa, que é também um pouco minha mãe.

Bom, como os outros livros que gosto, esse foi lido rapidinho, em dois dias. Comecei a leitura meio... reticente, eu diria, porque livro com cachorro, em tempos de Marley e eu me parecia uma idéia meio "roubada". Mas lá fui eu ler A arte de correr na chuva.

Ao ver referências a Ayrton Senna logo no começo do livro, quase desanimei de novo. Explico: devo fazer parte do 1% da população mundial que não era fã do Senna, não via corrida de Fórmula 1 e não achava grande coisa ele ganhar corridas. No entanto, admiro sua irmã e o trabalho dela à frente do Instituto Ayrton Senna. E as referências ao piloto logo são explicadas quando a história realmente começa.

Enzo é o narrador da história. É uma cão mestiço, tem alguma coisa de labrador, alguma coisa de terrier, e é escolhido por Danny - um piloto de corridas, fã de Ayrton Senna - para ser seu companheiro. Enzo é um cão diferente porque adora assistir programas do canal da National Geographic, filosofa um pouco, usando frases ouvidas de Danny ou vistas na tevê e adora assistir corridas, as disputadas pelo dono e as de Ayrton Senna, que ele considera o melhor piloto que já existiu. Danny logo se casa com Eve, têm uma filhinha... e é essa história da vida de sua família que Enzo conta, quando está no final de sua vida - e isso não é spoiler, a gente sabe que ele está doente já no primeiro capítulo.

A história é terna. Pouca coisa lembra Marley e eu afinal. Em muitos momentos me emocionei: na doença de Eve e na sua vontade de viver, no amor de Danny pela esposa, pela filha e pelo seu cachorro, na adoração de Enzo pelo dono...

Livro gostosinho de ler. Talvez esquecível. Mas daqueles que, quando chegamos ao fim, fechamos com o coração mais leve.

Título original: The art of racing in the rain
Autor: Garth Stein
Editora: Ediouro - Prestígio
2008

Comentários

  1. Presente da mae o car#@%@# haihiahihah
    eu q dei ze oreia!?!!!
    ahiahiahiahiha

    ResponderExcluir
  2. hahaha

    Sabe que eu fiquei em dúvida?! Verdade, da mãe foi a blusa. Sorry.

    Retificando: O PRESENTE FOI DA VANESSA!!!!

    - inclusive ela pegou pra ler e até hoje não devolveu... 8-) -

    ResponderExcluir
  3. Oi, Sheila! Posso incluir seu blog na Confraria dos 50? Posso fazer os posts com as suas leituras de 2009? Publico seus textos na íntegra, tal como estou fazendo com os textos dos bloggers da Confraria.Abraço, Lector in Fabula.

    ResponderExcluir
  4. Oi Nelida!

    Eu adoraria, obrigada!! :D

    Beijocas e boa semana.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Séries: Reunion

Você se sentiria empolgado pra ver uma série previamente sabendo que ela foi cancelada e não teve um final? Então, eu faço dessas. Ou melhor, fiz pela primeira vez, e com Reunion. E, no geral, valeu a pena. A série foi transmitida originalmente nos EUA entre 2005 e 2006. Foram filmados 13 episódios mas só 9 passaram por lá, sendo que os outros 4 foram transmitidos nos países que, posteriormente, compraram a série. A história começa em 1986, com a formatura do ensino médio de seis amigos inseparáveis. Ao mesmo tempo, é mostrado que, em 2005, um dos amigos foi assassinado - quem? Só saberemos no capítulo 5, de forma surpreendente - e os outros cinco amigos são suspeitos. Cada episódio tem como título um ano - foram de 1986 a 1998 - e vamos vendo como anda a amizade dos seis, algumas vezes se tornando mais forte, em outras parecendo regredir. Eu achei muito bacana não ser revelado de cara quem morreu. Vamos vendo, em cada episódio, um dos amigos vivos aparecer nos temp

A noite em que os hotéis estavam cheios - Moacyr Scliar

(3ª postagem do dia) O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro. Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos. — E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos? — disse o encarregado. — Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não! O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto — que era mais uma modesta hospedaria — havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar um

Poema XX - Pablo Neruda

Pablo Neruda é, acredito, o poeta hispano-americano mais conhecido no Brasil, seja por sua poesia, seja pelo filme O carteiro e o poeta . Seu livro mais conhecido, Veinte poemas de amor y una canción desesperada, foi publicado quando ele tinha só 20 anos e hoje lemos o último poema de amor, o XX, na aula de Literatura Hispano-Americana. Éramos poucos na sala e terminamos a leitura comovidos. A Vikki disse que se houvesse mais dois versos ela teria chorado e não foi exagero. Quem nunca perdeu um amor? Quem não sabe como isso realmente dói? "Puedo escribir los versos más tristes esta noche. Escribir, por ejemplo: 'La noche está estrellada, y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.' El viento de la noche gira en el cielo y canta. Puedo escribir los versos más tristes esta noche. Yo la quise, y a veces ella también me quiso. En las noches como ésta la tuve entre mis brazos. La besé tantas veces bajo el cielo infinito. Ella me quiso, a veces yo también la quería. Cómo no habe