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Li: Um dia


"... e viveram felizes para sempre?"

Quantas histórias de amor a gente conhece que não terminam assim? Poucas. Geralmente é este o final das histórias românticas que lemos ou assistimos.

Assim como aconteceu com O menino do pijama listrado, eu fiquei sabendo que havia o livro Um dia quando vi o trailer do filme, estrelado pela Anne Hathaway e o Jim Sturgess - que eu acho a cara do Paul McCartney novinho! Como sempre, preferi primeiro ler o livro a ver o filme porque é sempre óbvia a pequena decepção que me acomete quando vejo um filme baseado em um livro - que já li - e, sei lá, começo a achar que eu gosto dessa "pequena decepção" (?!).

Emma e Dexter se conhecem em uma festa de formatura quando têm 20 e poucos anos. Os dois não tem praticamente nada em comum mas acabam tornando-se amigos. O romance de David Nicholls é original - pelo menos eu nunca tinha lido livro nenhum assim - porque cada capítulo retrata o mesmo dia, 15 de julho, de 1988 a 2007. Idas e vindas da amizade, amor, perdas, ganhos... Emma e Dexter são tão humanos que não tem como a gente não se apaixonar por eles, sentir quando sofrem, ter raiva quando erram e, principalmente, torcer para que sejam felizes porque, principalmente quem tem entre 30 e tantos e 40 e poucos anos - o/ - acaba se identificando com os dois e suas vidas. Além do mais, o texto é deliciosamente escrito e tão, mas tão envolvente, que li as 411 páginas em 2 dias!

Não conhecia David Nicholls mas me apaixonei por sua escrita. Agora que as coisas vão dar uma sossegadinha - monografia entregue, logo defendida - quero poder voltar a ler por prazer e não mais só por obrigação. Como sinto falta de uma leitura descompromissada!

Título original: One day
Autor: David Nicholls
Editora: Intríseca
Ano: 2009

Comentários

  1. Ler um livro por prazer? Nem me fale! Estou longe disso, e sinto muita falta. Não sei dizer se eu leria esse livro aí, justamente porque estou em fase de não ter paciência para histórias de amor, hahaha!

    Sobre teus comentários, menina, Portugal é cheia das tradições, né? Que jóia que tu passeou por Lisboa! Eu ainda não conheço, acredita? E Coimbra, tu passou por aqui também?!

    Da experiência longe de casa, nossa, realmente, estou aprendendo muita coisa. E das formas mais doloridas possíveis, porque acho que assim é que deve ser. Aos poucos quem sabe aprenda a ser mais leve... e do mestrado, olha, se precisar de qualquer coisa, ajuda, pergunta que eu respondo, hehehe!

    Beijo, beijo! :*

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  2. Pois é, Paty, há séculos eu não conseguia fazer isso, menina, ler por ler, porque queria e pronto! Mas valeram a pena os meses "de castigo", lendo coisas técnicas pra monografia da pós.

    Coimbra eu conheci em um passado distante - no mesmo tempo das tunas - mas rapidinho. Uns amigos do Porto me levaram porque meu primeiro sobrenome é... Coimbra! Desta vez passamos rapidinho, de trem, entre Porto e Lisboa.

    A gente vive é pra aprender, pra crescer! Que bom que tá seguindo isso!

    Do mestrado, vi que as inscrições pra este ano letivo já foram, mas vou te perguntar otras cositas, talvez por email, que é mais fácil.

    Beijocas, bom fds.

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